um espaço virtual onde palavra, tempo, cor e movimento se encontram numa
partilha de trabalhos realizados durante as aulas de língua portuguesa, com os alunos da Universidade de Perugia
Consegues imaginar um mundo sem palavras, sem sons, cores ou movimentos?
Qual é, na tua opinião, a função da Arte?
"A arte serve para emocionar. Numa era na qual as máquinas e a tecnologia estão a substituir cada vez mais os homens e o seu trabalho, a arte vai ser a única coisa humana que nos restará (...). A arte serve para nos lembrarmos que estamos vivos."
A partir desta curta-metragem animada reflete sobre o tempo e se por acaso o "vírus da pressa" também afeta o teu dia-a-dia.
"É uma pena que as pessoas façam tudo depressa porque nunca param para refletir sobre as coisas importantes como os sentimentos, as relações, a natureza, a família". (Ludovica Palumbo)
"É o tempo que nos permite amadurecer, através do exercício sadio da reflexão (...) É o tempo que confirma as grandes verdades e destrói as falsidades, os valores ilusórios". (Antonio Cerroni)
Extraordinário anúncio publicitário de uma conhecida marca de cerveja portuguesa que apela à necessidade de recuperarmos os nossos bons amigos, de estarmos com eles sem mais desculpas para adiar encontros, levando a "amizade a sério"
Os alunos foram convidados a refletir sobre o valor da amizade. Desta reflexão emergiram os seguintes comentários:
"A amizade pede paciência e compreensão porque as dificuldades são muitas como em todas as relações humanas (...) Às vezes tens de mostrar a tua presença mas outras tens de permanecer em silêncio se necessário; a amizade pede tempo e equilíbrio."
(Maria Doulakaki)
"Amigo é a pessoa que respeita as minhas ideias, as minhas ações (...) A verdadeira amizade é aquela que não julga mas abraça." (Antonio Cerroni)
Mais um vídeo animado, mais uma história à espera de ser recontada e reinventada...
Julho, 1974. Aldeia isolada numa zona rural. A família Branco é aparentemente uma família normal. Tem uma bonita casa, uma mãe exemplar e um pai que, como todos os pais das boas famílias, lê o jornal enquanto almoça. Marco Branco, o rapaz da casa, educado, bem vestido e com excelentes notas na escola tem um segredo. Todas as manhãs, à mesma hora, observa da janela uma adorável rapariga a correr e a dançar na relva. Mas não, não é este o segredo do Marco... (Serena Gatti)
Este é o trailer de uma curta-metragem que vimos nas aulas. Para a ver completa basta clicar aqui.
Eis a partilha de algumas das reflexões que os alunos teceram a respeito deste extraordinário vídeo.
Que outro título darias a esta história? Porquê?
O outro título que daria a esta história poderia ser "O amor não tem fronteiras", porque todo o evento se realiza em duas realidades opostas mas sempre no mesmo lugar, visto em duas perspetivas diferentes. (Letizia Rossi) "A gravidade duma relação" poderia ser o título desta curta-metragem, já que as personagens se relacionam bastante friamente e parecem ter sérios problemas com a atração gravitacional.(Luigi Boncompagni) Acreditas no amor para toda a vida?
Acredito no amor para toda a vida mas acho que a forma de amar muda com o passar do tempo. Todavia, isto não significa que a força do sentimento tenha diminuído, só tem de ser sempre cultivado. (Sofia Valigi)
Acho que o amor para toda a vida não só existe mas é a única forma de amar.
(Luigi Boncompagni)
Na tua opinião o casamento pode mudar as pessoas?
As pessoas mudam sempre durante a vida, algumas mais outras menos. Com certeza isso pode ameaçar a estabilidade do casamento mas não significa que o amor desapareceu e às vezes é bom lembrar ao outro os sentimentos esquecidos. (Stefania Ronci) O casamento pode mudar as pessoas porque mudam os hábitos, mudam as prioridades mas não o carácter. (Federica Parigi) Como interpretas o final desta história?
O final mostra como o verdadeiro amor é capaz de superar todas as dificuldades e todos os mal-entendidos. (Alessio Raffaele Lamacchia)
Acho que o final quer sublinhar o facto que sempre há tempo para recuperar o amor que se acreditava perdido, talvez só através de um pequeno gesto. (Sofia Valigi)
Observa a seguinte curta-metragem do jovem autor Po Chou Chi, a qual ganhou 27 prémios internacionais e reflete sobre o que viste.
O filme transmite-me muita tristeza todas as vezes que o filho parte e deixa o pai sozinho. Mas também me transmite um sentido de segurança porque o pai fica sempre ali à espera do filho, representando um porto seguro. (Clara Piccinno)
Esta curta-metragem é muito profunda e emocionante porque é capaz de expressar o ciclo da vida através da metáfora do barco, antes pequeno e depois grande. (Matteo Capitini)
Quando o barco adquire um motor e depois se transforma numa lancha, e posteriormente num navio, conseguimos perceber o crescimento da personagem que simboliza o próprio ser humano. (Ticiana Santiago)
Cada início imprescindivelmente comporta um fim, assim como um fim pressupõe sempre um novo início. (Sara Burza)
Um dia também nós ensinaremos a tocar o piano da vida. (Elisa Mariani)
Eis uma nova proposta de escrita coletiva a partir de um vídeo muito pictórico.
É importante não esquecer a referência a alguns elementos:
quem são as personagens
descrição do espaço e do tempo
a linguagem situa-se entre o real e o metafórico
Num pequeno quarto sem luz, a Morgana está a tomar a bebiba preferida dela: um bom café de cevada, muito quente e com um pouco de açúcar de cana. Ela tem as meias de lã muito coloridas que gosta sempre de ter quando está frio em casa e que a ajudam a pensar. De repente um ruído: Tetê, o gato dela, que nunca é capaz de estar quieto. Mas... a janela está aberta: o vento? Sim, a persiana torna a fechar-se (por uma vez o Tetê não fez nada). No entanto, a Morgana viu algo da janela. (Luigi Boncompagni)
Um animal, mais precisamente um javali, estava fora de casa. Ela começa a pensar profundamente e a ver imagens. Entretanto, a vida fora da casa dela parece continuar o seu curso normal: os animais vivendo tranquilos, os pássaros cantando e o sol brilhando no céu azul. Ela pensa e voa sobre os pensamentos. Vê o marido longe de casa, distante dela, e sente uma profunda saudade. Ela sente-se sozinha em casa. Gostaria de ter o marido perto. Os pensamentos tornam-se escuros e ela não pode parar de imaginar situações... (Lucas Simone)
A Morgana começa a construir com a fantasia uma sua viagem ideal e deseja realizá-la com o único amor da vida dela: o Thomas. Ela imagina um país exótico, quente, longe da tristeza e da solidão da casa dela. No sonho, ela vê uma paisagem espetacular, um campo enorme que parece acordar depois do sono do inverno. As cores das flores são brilhantes e as árvores estão plenas de frutos deliciosos. Mas este é só um sonho e ela fica à espera sozinha... (Stefania Ronci)
As ilusões dela continuam repetidamente, e a esperança de ver o Thomas está a assombrar a mente dela. A Morgana continua a pensar no Thomas e as coisas que podem fazer juntos: ir à praia e colher flores amarelas e vermelhas, as suas duas cores favoritas. As estações passam... Num dia silencioso, quando está a olhar pela janela, a porta abre-se. Ela vira-se para ver quem é e com um sorriso quente no rosto vê o Thomas. A Morgana continua a tomar o café com felicidade. (Mairna Majrouh)
A Morgana sabe que olhando da janela ela viu tudo de bom que tem na vida, cruzando a linha entre o real e o imaginário. Portanto, o Thomas apareceu para ela como um sonho que aquece o coração. Ela está feliz porque sabe que isso não é irreal: através do javali que deu lugar a uma série de imagens, a Morgana chega à realidade e um pouco depois ela vê à sua frente o Thomas, o homem que ela tanto adora e está contente porque ainda vão viver muitas coisas juntos. (Valentina Lenticchia)
Parece-lhe um sonho que o Thomas está ali. Veste um fato e um boné que ela nunca tinha visto antes. Mas tem na boca o cachimbo que ela conhece muito bem. Ela tinha muitas saudades do odor dele! O Thomas aparece cansado e um pouco mais velho do que quando partiu. Na sua mão direita tem uma mala. Que contém? Presentes para ela? Documentos importantes? A Morgana não sabe. Mas nem se importa. Quando o Thomas tira o boné e sorri, ela só quer abraçar o seu namorado. (Sofia Valigi)
A partir destas imagens, imagina que és um balão. Conta por onde já viajaste ou gostarias de viajar, que aventuras viveste ou que gostarias de viver e todas as novidades que viste ou que gostarias de ver. "Se eu pudesse ser um pequeno balão que voa pelo ar, livre, eu seria ligeira para poder voar quando não há vento e também forte e robusta para enfrentar as tempestades. Viajaria com a liberdade de poder ver todos os países do mundo, da África à Ásia, visitaria a América de norte a sul. Eu gostaria de ver lugares desconhecidos, observar animais que normalmente se veem apenas nos livros. Seria um balão capaz de voar quando há temporais e hábil para subir acima das nuvens e sentir o calor do sol. Acho que a minha liberdade seria conseguida depois de uma fuga das mãos de um vendedor de balões. A liberdade é algo precioso como a vida e a vida não pode ser vendida. Como pequeno balão que tive a coragem de fugir, gostaria de ser um exemplo para todos os outros balões que ainda estão à espera de serem vendidos e que não sabem que vão perder a cor, o brilho e o ar que está neles e que poderia, pelo contrário, levá-los à liberdade". (Benedetta Oliovecchio)
"Finalmente encheram-me! Sou um balão, odeio ser flácido e pequenito, estreito naquela saqueta de plástico. Quero flutuar e quando é o momento voar pelo céu (...) O vento transporta-me dum lugar a outro, posso ver o mundo inteiro (tendo o cuidado de não ficar preso numa árvore) e viajar com outros companheiros que como eu tiveram a mesma sorte. Todos acabamos por ser atraídos para o que se designa de 'buraco negro'. Mas se vocês soubessem quanto é colorido!..."(Serena Gatti)
Outras sugestões:
Imagina que és um sapato. Onde gostarias de ir? "Olá, eu sou um sapato esquerdo. Sou seguramente mais confortável do que o meu irmão direito, mas ele chuta a bola melhor do que eu (mas só um pouco). Frequentemente queria ir para a minha estrada sozinho, sem atrasos, sem obstáculos, mas não posso. Tenho que estar aqui, com este eterno companheiro, pouco confortável também na confiança que eu tenho nele. Todas as vezes que temos uma disputa, o nosso dono cai no chão. Todas as vezes que me tento ir embora, o nosso dono cai no chão. Mais ainda, eu tenho uma cor mais viva e cheiro melhor do que o meu irmão. Mas no final eu gosto dele. Sim, sempre está do lado oposto, sempre a contradizer... mas é o meu irmão". (Luigi Boncompagni)
Imagina que és uma caneta. O que gostarias de escrever?
"Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Finalmente uma menina comprou-me! Ela libertou-me daquela tristíssima prisão onde estive por dois infinitos anos. Aquele anjo com os olhos azuis já abriu o meu pacote e começou a usar-me. De manhã escrevemos algumas lindas páginas da História de Portugal, com minha felicidade. Agora estou sobre a mesa, esperando a doce mão dela. A minha mente viaja por países distantes, sonhando em combater perto de Napoleão, em contar a história de Ulisses, em viajar com o sol à volta da terra, em fazer contas impossíveis. Sonho também em escrever um livro muito bonito, que todo o mundo vai amar! Pela primeira vez estou feliz de ser uma caneta!"
O objetivo é a elaboração de um texto em que cada um dá um contributo para a construção desta história coletiva. Podes recontar a história, alterar factos, continuar o filme.
A Maria é uma rapariga muito alegre, que
gosta muito da vida e de andar pela cidade dela. Mas hoje qualquer coisa está
diferente, o céu está todo cinzento e está a chover, e ela sente-se um pouco
triste. Ela queria ir ao centro comercial, e queria ir a pé, mas neste momento
ela está na paragem do autocarro, debaixo da chuva, sozinha com o guarda-chuva
dela. De repente, ela ouve alguém passar perto dela, e olha para ver o que é
e... Ela não pode crer no que vê! O seu amigo Luís, que ela não via há dois anos,
está em frente dela, debaixo de chuva, e anda muito cansado. A Maria
fica muito contente pela coincidência, e corre em direção ao Luís, que quando a vê,
abraça-a e decide que eles vão passar o dia juntos. Um dia feio transforma-se
rapidamente num dia muito especial!(Samuele Trottolini)
A menina está à espera do autocarro, o clima é muito ruim, está a chover, está frio, ela está chateada,está cansadade esperar,só quer entrar no autocarro e relaxar poralguns minutos; de repenteosseusolhos encontramaqueles de umpassante: um rapaz bonitinho que anda tranquilamente à chuva sem se importar com oseu cabelobonito..a partir desse momentonão percebemais a chuva e o vento frio, asua mentecomeçaa fantasiar um mundo coloridoonde reinam aalegria e o amor...(Anna De Silvi)
Infelizmente a menina nunca mais encontrou aquele rapaz bonitinho.
Os dias foram passando e ela começou a ficar triste, como um dia
chuvoso, de céu cinzento e vento frio. Começou a ficar com raiva da tal
cartomante que lhe havia dito inverdades. E começou a perguntar se
realmente encontraria um grande amor, com quem passaria o resto de sua
vida. Ah, o amor…como dizia Mário Quintana “….O amor é como uma
borboleta. Por mais que tente pegá-la, ela fugirá...mas quando menos
esperar, ela estará alí do seu lado”. (Ticiana Santiago)
Observa a seguinte curta-metragem muito criativa, executada a partir da técnica de animação stop motion.
TAREFA: - Que outro título darias a esta curta-metragem? Porquê?
-
Imagina agora que no teu quarto encontras uma passagem secreta. A que
lugar mágico gostarias de ir ter? E que aventuras e novidades gostarias
de viver?
Eu chamaria esta curta-metragem “Ao meu redor” porque acho que fugir da
realidade, refugiar-nos no nosso mundo significa criar um espaço à nossa roda , com coisas que temos perto e que transformamos com a
imaginação. Fugir quer dizer, na minha opinião, fortificar o espaço
mental e sobrepô-lo ao real. Por
isso procuro sempre um momento para escapar e para me distrair, seja
onde for, mas sem perder o sentido da realidade. Se eu tivesse de
encontar uma passagem secreta (provavelmente no meu armário), usá-la-ia
para viajar pelo mundo, porque acho que existem lugares que ao nosso
olhar poderiam parecer mais “mágicos” do que aqueles lugares que
chamamos “de fantasia”. Há mais nesse mesmo mundo do que podemos
atrever-nos a imaginar. (Agnese Giommetti)
Eu
chamaria esta curta-metragem “Labirinto da mente". A mente tem tantas
capacidades, uma destas é a imaginação que permite sonhar com os olhos
abertos. A imaginação permite viver-nos mundos paralelos, mudar-se para
os outros planetas, transformar-se em qualquer coisa, mas sobretudo a
imaginação permite perder-se na nossa mente, esquecer-se. Se eu no meu
quarto tivesse uma passagem secreta, mudar-me-ia para a lua. A lua não é
um lugar mágico onde ir? Gostaria de vê-la de perto, vivê-la em
primeira pessoa. A lua é cheia de crateras, de vulcões, é cinzenta, é
rude, na sua imperfeição ela é perfeita.Quereria ser a primeira
habitante da lua. Gostaria de ter esta possibilidade dum lugar mágico
onde se refugiar, onde ir quando se está tristes ou felizes, quando
choramos ou rimos. No mal a lua poderia ser para ti uma amiga que te
ouvisse, que te consolasse, enquanto lhe falas da tua dor. E no bem a
lua poderia ser umperfeito par com quem partilhar os melhores momentos da tua vida. (Krystyna Borysenko)
Eu chamaria esta curta-metragem "o que perdemos, encontra sempre uma maneirade encontrar-nos", porque, como esta rapariga, muitas vezes perdemos coisas, mesmo sem perceber, mas estas coisas vêmprocurar-nos sempre. Muitas vezes sonhei em encontrar uma passagem secreta debaixo da minha cama, uma porta que me levarialonge, num mundo mágicocheio de aventura e longe datristeza. Eu gostaria de ir para o País das Maravilhas e encontrar personagens literários ou personagens estranhos que habitam num mundo diferente do meu, e que falam também línguas que ninguém entende. Poderia encontrar personagens do passado edo futuro,não só pessoas mas também animais, monstros, objetos animados, personagens mitológicos.. Todas as vezes que eu fico triste, ou sozinha, eu poderia fugir para o meu mundo mágico e beber chá com o Chapeleiro Louco, lutar contra os moinhos de vento ao lado de dom Quixote, viver o amorde Romeu e Julieta.. Mas também atenderpessoas que vivem noutras galáxiase aprender assuas histórias, assuas tradições! Cada dia seria sempre novo e emocionante! (Emiliana Magnelli)
Eis algumas expressões próprias da língua portuguesa usadas, precisamente, pelos falantes brasileiros e luso-africanos em diferentes situações e contextos.
E agora um vídeo produzido pelos alunos da Universidade de Salzburg sobre as expressões da língua portuguesa no Brasil.
Eis o que quatro alunas quiseram partilhar aqui no blogue: simpáticos textos que integram algumas das expressões idiomáticas estudadas nas aulas.
Texto 1
é verdade, o
coração é um músculo mas sabe falar
Era uma
vez quando o coração e a razão se encontraram. Então a razão repreendia o
coração por ter sofrido tanto, por ter quase destruído a própria vida e
procurava de todo o modo ajudar o coração a perceber que frequentemente não
vale a pena morrer. Desde há 6 meses o coração perguntava-se sobre: como, porquê, se, talvez, etc. Desde há 6 meses o coração pedia por socorro e gritava a
plenos pulmões: “Estou farto da dor!" A tristeza apoderou-se do coração, a
desilusão entrou em bicos de pés e o coração não pôde fugir. Seguramente, a
tristeza tinha fome de leão, porque comeu quase o coração inteiro. Havia só uma
parte sã do coração que lutava pela vida. Assim, de vez em quando, o coração
falava com a razão, procurava desintoxicar-se da tristeza. Frequentemente, o
coração pedia esmola para sobreviver ou dava a outra face, mas a razão
tranquilizava-o dizendo: “Sabes coração, tu és um guerreiro e na guerra que
estás a combater é lícita cada arma”. (Krystyna Borysenko) Texto 2 Era
uma vez um cavalo preto que era cabeça dura e fazia sempre o que queria. Um
dia, travou conversa com um outro cavalo e decidiu viver na sua sombra, como
este cavalo era muito bonito e era um safado. Ele foi sempre doido pelos
safados, e assim os dois cavalos tornaram-se amigos. Este cavalo era louro e
fazia-se sempre fino quando o procuravam. Um dia decidiu gozar com o cavalo
preto, que o seguia sempre, e assim pô-lo à vontade e os dois foram para a
farra. O cavalo preto apanhou uma bebedeira e o cavalo louro decidiu pregar-lhe
uma partida. No dia seguinte, quando o cavalo preto acordou, viu que a sua
crina estava rasada e assustou-se. O cavalo louro disse-lhe que um gato que
estava com o cio lhe tinha pedido esmola na noite passada, mas ele estava-se nas
tintas e assim o gato rasou-lhe a crina. O cavalo preto deu-se conta que o
cavalo louro era doido varrido e esclareceu que não queria vê-lo mais, fez as
malas e foi-se embora. (Sara Di Mario) Texto 3
Um dia
estava a chover a cântaros. Um Zé ninguém passeava pela rua, sem guarda-chuva.
<<Não tenho nada de nada para fazer...-pensava- e agora estou molhado
como uma sopa!>> Não teve tempo de acabar os seus pensamentos: um carro
chocou contra ele. Era uma rapariga a conduzir: saiu do carro, olhou à sua
volta para pedir socorro, mas não havia ninguém pela rua. Não se sentia à
vontade mas, por sorte, o homem estava bem: levantou-se, e não acreditava no
que ele estava a ver... A mulher mais bonita do mundo estava em frente dele.
<<Poderia amá-la loucamente>>, pensou. Travou conversa com ela e,
sendo um safado, marcou um encontro com ela para o dia seguinte. A mulher
gostou muito de fazer dois dedos de conversa com esse homem, mesmo que a
situação fosse esquisita! Ela estava muito emocionada por essa ocasião, fazia a
contagem descrescente dos minutos que a separavam do seu encontro com o
destino. Mas surpresa: ele deu-lhe balda e ela perdeu as estribeiras. Na
verdade, o homem no acidente deu uma cabeçada e esqueceu-se de ter uma mulher,
que estava grávida; então, esteve-se nas tintas e deixou a menina sozinha. (Fabiana Scali) Texto 4
a história do gato Romeo
O gato Romeo é um gato muito preguiçoso, mas um dia ele meteu-se em sarilhos. Geralmente ele dorme uma soneca dez vezes por dia. Um bom dia, às escondidas do seu patrão, o Romeo pediu boleia a um autocarro e foi a um restaurante da cidade. Naquele dia, o gato tinha fome de leão e, portanto, almoçou tanto que depois lambeu os beiços. Dado que estava também embriagado falava à toa. O seu patrão passou nos arredores dos restaurantes e apanhou-o em flagrante. O Romeo tinha cara de pau e fez troça dele. Ele estava tão zangado que o pôs na rua por um dia. O Romeo estava entre a espada e a parede e naquele dia estava um frio de rachar, mas ele armou-se em esperto e em bicos de pés enfiou-se em casa secretamente! (Lucia Guerriero)
- Quem é esta menina? - Onde vive? - O que faz ela nos tempos livres?
- Quais os seus sonhos e projetos?
A Argine é uma menina que vive graças à fantasia dela. Ela
gosta muito de ler livros, porque pode ver tudo o que acontece naquelas
histórias, mas na sua mente, é como se fosse um grande cinema. Vive com
o seu melhor amigo, um gato preguiçoso que não gosta de inventar, mas
acompanha-a sempre nas viagens da sua mente. Moram juntos
numa casa que fica em cima duma colina vazia, porque eles não precisam
de nada, só da imaginação: quando estão com sede começam a deslizar
rios, quando precisam da luz nasce o sol e, quando precisam de algo
diferente, a Argine abre uma caixa que contem um pouco de tudo: a caixa,
como os livros, alimenta a criatividade!(Maristella Petti) Era uma vez uma criança, pequerrucha e tão graciosa, de cabelo ruivo e
em pé (não com o susto, mas com a vivacidade), e uma boca sempre pronta
para sorrir. O seu nome era Argine. Há muito tempo, a Argine vivia numa
casinha de madeira na periferia duma cidade cinzenta e muito tristonha. A
Argine gostava muito de ler, mas poucos eram os livros naquela cidade:
todos os cidadãos lhe diziam: “Não leias ,
Argine! Ler desvia o pensamento das coisas reais e importantes!”.
Todavia, quando se perguntava quais eram estas coisas reais e
importantes, a resposta era sempre a mesma: os livros, o seu gatinho,
agulha e fio! De facto, coser era um dos seus passatempos preferidos. Um
dia, enquanto lia uma fábula chamada “A Gata-borralheira”, ocorreu-lhe
uma ideia e logo aplicou-se para realizá-la. Comprou o necessário e
coseu um mundo todo seu! No decurso de poucas horas, sem dizer uma
palavra, mudou-se para o seu maravilhoso mundo vermelho com a casinha de
madeira, o seu gatinho e os seus livros.. enfim podia ler quanto
queria! Por último, tirou uma fotografia e enviou-a aos seus velhos
concidadãos. Desde então, todas as vezes que lhe ocorria uma ideia
enquanto lia, a Argine realizava-a (com a colaboração do seu gatinho), e
enviava aos cinzentos e tristonhos cidadãos uma fotografia, para lhes
demonstrarquanto pode ser lindo e variado o mundo.(Ilaria Pernici) Argine é a Fantasia. Ela mora na nossa cabeça. Mas ela sente-se melhor
com as crianças, porque elas lhe deixam fazer tudo o que gosta. A
ambientação do vídeo mostra-nos um sítio despido que muda
graças à vontade da Argine. Este sítio não é triste, pelo contrário é
um lugar que está a esperar que alguém o semeie para florescer. A Argine
dá-nos um exemplo disto quando melhora a árvore e a sua casa. Acho que
não é preciso perguntar-se o que ela faz nos tempos livres, porque, de
uma maneira muito singular, ela nunca descansa. Isto é devido à sua
imaginação que está sempre em movimento.(Cristina Gangitano) Este vídeo conta a história duma menina cujo nome é Argine. A Argine tem
mais ou menos dez anos e mora numa casa muito pequena acima de uma
colina no meio dum espaço vazio como um deserto. Ela não tem pais ou
avós mas mora com um boneco, um gato. Vive num mundo onde muitas coisas
são pintadas de vermelho, a cor do coração e da fantasia, e ali tudo se
pode imaginar. A fantasia é a sua força. Nos tempos livres ela gosta de
ler muitos livros e imaginar situações que no nosso mundo tão realista
não se podem realizar. Os seus sonhos são muitos mas sabe como realizá-los com as poucas coisas
que tem. Quando a Argine sonhou em ser uma princesa lindíssima com um
cavalo e um castelo branco, na sua mente o seu gato tornava-se o seu
cavalo, a sua pequena casa o seu castelo... precisava pouco para
coroar-se “Princesa da fantasia”. (Pasquale Ambrosino) A Argine é uma menina com os cabelos ruivos, meias às riscas e uma
estrela sobre o vestido. Assim é também o seu mundo: vermelho como os
desejos do coração dum homem e cheio de brilho como a mais sincera
amizade. Mesmo como a da Argine e do seu boneco, um gato silencioso que a
vê sonhar e ler fábulas. Vive só com o seu gato numa cabana de madeira,
entre dunas de areia vermelha e caminhos apenas tracejados. Mas não é
este o seu mundo real: a sua vida reside entre as palavras coloridas dos
livros que ela lê e uma caixa de madeira que recolhe muitos tesouros
pequenos. Lê e sonha, a Argine: quer ser uma princesa como a do seu
livro preferido!E, assim, bastam uma árvore com uma fita amarela e
bolinhas vermelhas, uma coroa e uma antiga máquina fotográfica para
capturar num diapositivo a realização do seu sonho: uma imagem tão linda
e limpa que só quem olha e sonha com a mais brilhante imaginação e a
mais viva alegria pode compreendê-la em cheio.(Federica Riccio)
Para não esqueceres algumas das regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que vimos nas aulas, sobretudo relativamente à colocação ou supressão do hífen, eis alguns simpáticos vídeos que te podem ser úteis:
uma princesa vivia. Era uma vez um país na ponta do fim do mundo onde o mar não tinha eco onde o céu não tinha fundo. Onde longe longe longe mais longe que a luz do dia com a sua coroa de abetos e seus anéis de silêncio suas sandálias de tempo seu tear de nostalgia
uma princesa tecia
o seu tapete de espanto
no fim da fantasia
do seu casulo de encanto.»
(Ary dos Santos, Tempo da Lenda das Amendoeiras)
E agora uma curta-metragem animada.
Na tua opinião, onde fica este lugar? Como se chama? Quem é esta personagem? E por que é que improvisadamente tudo fica sem cor e movimento?
A personagem desta história é uma menina que
tem de dançar sempre para fazer passar o tempo, em quanto ela representa o
tempo mesmo. Quando ela tenta sair da engrenagem do relógio para ver as coisas
boas da aldeia e do mundo, tudo pára e se transforma cinzento e imóvel. A
menina está triste porque compreende que nunca poderá ver o mundo e as cores,
então regressa ao seu trabalho no relógio e começa a dançar novamente. O tempo
corre e as cores voltam e ela está feliz. (Rachele Reali) A bailarina é a felicidade que vive num mundo chamado vida. Ela mora no coração desse mundo. A vida passa e a felicidade está sempre presente. Mas quando a felicidade decide deixar o coração da vida, o mundo pára e fica triste. Percebendo que a sua presença é fundamental, ela decide voltar, porque sem a felicidade a vida não faz sentido. (Ticiana Santiago)
Esta curta-metragem conta a história de uma menina, uma bailarina muito gira sobre a qual, porém, não sabemos nada, não sabemos quem é, quantos anos tem e como se chama. Sabemos que é a dona dum país maravilhoso, sem guerra, sem ladrões e sem violência... é um mundo perfeito... quase perfeito! Este mundo imaginário depende sempre dela, ela é o espíito vital de tudo. Precisamente o mundo onde mora depende da dança dela: quando ela dança tudo se move e no ar se respiram sensações positivas, de otimismo, porém, quando ela pára a sua dança, tudo fica sem movimento, não há cores. A vida depende dela, tudo depende dela... só ela não se dá conta disso! (Matteo Capitini)
Esta história fala duma menina que está a sonhar com uma
grande cidade, onda há casas de madeira e muitos balões pelo ar. Ela é uma
bailarina; só se sente livre quando está a dançar. Neste mundo imaginário,
quando ela deixar a sua paixão, já não há movimento: as cores desaparecem e
também o céu fica triste. Neste sonho, a rapariga compreende que para viver bem
e ter um mundo de todas as cores não pode renunciar aos seus desejos e às suas
emoções. Estas sensações movem o relógio da sua vida. (Fabiana Scali)
O mar é uma extensão de água salgada que marca horizontes. Milhões de gotas
que substituem terras e prados. É uma coisa tão grande, imensa e
poderosa que não conhece fronteiras.
O mar com a sua força implacável gera a vida, acolhe maravilhosas formas
vitais, mas ao mesmo tempo pode destruí-la. O mar, muitas vezes, assusta as
homens que se sentem impotentes e pequenos como formigas. A água do mar quando
se quebra contra a terra modela as margens, que se tornam labéis. O mar nunca
pára, está sempre em movimento, mais ou menos agitado em relação ao vento.
Quando olho o mar eu percebo um sentido de liberdade e infinidade.(Amina Boggi)
Mar, como te perceber? És imenso, profundo,
maravilhosamente lindo e magicamente misterioso.Tudo aquilo que te forma, que
faz parte de ti é estupendo: areia, ondas, rochas, o grito das gaivotas, o teu
perfume, a vida que te popula, a tua voz, a tua força e potência,tudo é divino
em ti. Deus criou-te quando estava feliz, és a sua perfeição absoluta.Duas
consoantes,duas vogais, duas sílabas do ponto de vista da expressão e a
eternidade, imensidade e intensidade do ponto de vista do significado. És
maravilhoso em todas a estações do ano, de manhã e à noite, quando resplandece
o sol e quando chove. Para ti se estendem as pessoas quando estão felizes, tristes,
apaixonadas, cansadas, zangadas, estendem-se para procurarem a paz interior, para
encontrarem as respostas, para confiarem os seus pensamentos, para tomarem de
ti a energia universal e transformarem-na no tratamento da alma.(Krystyna Borysenko) A água é o elemento da
natureza que eu mais gosto. O som que o mar produz quando chega à ribeira, esse
vai-vem, é como uma canção de embalar que provoca uma profunda paz interior. Os
reflexos dos raios do Sol na superfície do mar são como milhares de pequenos
diamantes. O perfume do mar, a maresia, penetra no corpo pela narina, chegando
aos pulmões e, graças, às veias, estende-se por todo o corpo suscitando uma
sensação de energia. Por fim, o tato. Deitar-se à breira-mar e deixar-se
massajar delicadamente pela água é a melhor terapia não só para o corpo mas
também para a cabeça.(Cristina Gangitano)
O velho marinheiro As vagas rebentam contra as rochas, o marinheiro está a cantar enquanto o barco desliza sobre o mar os olhos perdidos naquele azul maravilhosa extensão sem fim. A luz da madrugada, as velas levadas pelo vento, a pele bronzeada. Lembranças que vêm à memória: pessoas, lugares, emoções, tanta fadiga mas tanto amor. Ele nasceu sobre o mar, esta é a sua casa, a sua vida e não deseja parar de navegar. A maresia é o seu perfume preferido, sente-se livre, feliz, enriquecido. O coração grato por todas as prendas do destino. (Olga Di Francesco)
O mar
nos olhos
Nos teus olhos
o verde do mar
da água limpa
imóvel.
Gosto do teu andar
como o das ondas
tranquilo
no silêncio
dum dia de sol. (Rachele Reali)
Furacão
Perdição.
Palácios de ondas rodeiam a nau,
a tripulação não vê ao seu redor.
A Natureza escolheu com vigor:
o Mau.
Espumas, escombros, o
vento que uiva,
seria um milagre uma só alma viva.
A chuva não cala,
relâmpagos gaguejam,
um raio já fala,
entre os nimbos praguejam
os maiores trovões.
Desesperações.
Mas no cume do medo a nau não se afunda,
o céu, mais que preto, vê o mar que a secunda:
as vagas recuam, deixam de brincar,
as nuvens já mudam as cores do ar.
Tempestade violenta faz-se ventania,
as rezas dos homens afastam a morte;
só há vento forte.
O céu já não chora, agora faz companhia
à nau e à equipagem que sobre ela esteve
uma brisa leve.
A lua, enfim, ganha coragem
e volta a se olhar
no espelho do mar.
Tudo isto fica: a mínima aragem
que nem sequer agita uma palma.
Calma. (Luigi Boncompagni)
Lembras-te também
d’ A Pequena Sereia? E do Capuchinho Vermelho e d’O Pinóquio? O que faz agora a Cinderela nos tempos livres? Gosta de
viver num castelo? Também tem uma página no Facebook? E Rapunzel frequenta algum curso? Já participou no programa Erasmus?
Gosta de viajar e conhecer novas culturas? E onde vivem agora os sete anões? E
a estes sete juntou-se mais algum? Eis que te é dada a oportunidade de
continuar aqueles contos que tantas vezes povoaram o teu imaginário.
O Alessandro Valentini escolheu a história de Hansel e Gretel (também conhecida em Portugal por A Casinha de Chocolate) e deu-nos a conhecer a vida destes dois meninos, agora adultos:
«O Hansel e a
Gretel hoje têm uma graciosa confeitaria no centro da floresta onde eles vendem
muitas coisas boas. Eles trouxeram muitas receitas da casa da bruxa e hoje eles
preparam doces excecionais para todos os animais da floresta e para todas as
crianças que passam pela floresta para trazer coisas às suas avós que moram no
bosque. O Hansel e a Gretel são dois ótimos pasteleiros, eles cozinham doces e pastéis
que eram da bruxa e as crianças vão à confeitaria para atravessar a floresta
antes de ir para a escola. E todos os dias compram a merenda e, por isso, o Hansel
e a Gretel têm muito dinheiro e querem abrir uma outra confeitaria na “Ilha que
não há”.» A Francesca Muscatello selecionou a história d'O Capuchinho Vermelho, continuando a recontar a vida desta menina: «O Capuchinho
Vermelho tornou- se numa senhora muito linda. Ela casou-se com o filho do
caçador, que se chama José, depois de ter terminado a Universidade para ser uma ótima
veterinária. Ela gosta muito dos animais mas não gosta do lobo! Ela está feliz
com o seu marido e agora está grávida do seu quinto filho. Ela é uma
mãe apaixonada pelos filhos e pelo seu marido que é um senhor muito bom. Eles
vivem numa pequena aldeia e todos os sábados organizam festas para toda a gente
que vive lá!»
A Cecilia Dominici decidiu contar como vive a Rapunzel nos dias de hoje:
«A Rapunzel tinha
o cabelo comprido mas agora não tem. Ela tem o cabelo curto porque tem duas
filhas que puxavam os seus cabelos! Ela é casada com Eugene, o seu primeiro
amor. A Rapunzel estuda
na faculdade de línguas da sua cidade e ao mesmo tempo é cabeleireira. Ela tem
uma enorme paixão por cabelos e adora pentear aqueles das suas meninas. A sua madrasta
mora longe dela, porque a Rapunzel nunca a perdoou. As suas filhas
chamam-se Flor e Sol, porque ela gosta muito da natureza e deu-as à luz num
jardim com muitas flores num dia luminoso.»
E a Lucia Dominici apresenta-nos a Aurora, a emancipada Bela Adormecida:
«Hoje A Bela Adormecida (Aurora) não vive mais com o príncipe encantado (Filippo), ela não gostava da vida de casa, não queria filhos, não queria ser princesa ou, mais simplesmente, não queria estar com o Filippo. Agora mora em Nova Iorque, consome todos os dias café do "Star Bucks" e dirige o ateliê de moda mais célebre. É uma mulher muito desejada porque é solteira, muito rica e a mais jeitosa.»
O aluno Alessandro Caravella aceitou o desafio de 'tatuar' no papel esses instantes de tempo que se consomem através da janela do seu quarto. Partilho convosco as suas palavras:
«Da janela do meu quarto eu vejo um mundo paralelo: à frente dos meus olhos aparece uma extensão de telhados e casas, com os rios de fumo que partem das lareiras e vão pelo céu. De vez em quando, entre os monstros silenciosos de cimento e as ruas cinzentas, vejo umas árvores verdes que dão como um sopro de cor, neste quadrado melancólico. Da janela do meu quarto eu vejo a juventude perdida, que esvazia a sua vida com um buraco de seringa. Da janela do meu quarto eu vejo os mendigos, as caras apagadas pela velhice e pela fome. Da janela do meu quarto eu vejo a Beleza que vende amor e ilusões aos transeuntes distraídos. Da janela do meu quarto eu vejo um Carnaval de raças e cores; gargalhadas ao sabor de África. Da janela do meu quarto eu vejo uma mãe que leva um menino pela mão, e caminhando pela rua lhe explica que a “diferença” não é um inimigo a evitar, mas um amigo para abraçar.» Eis outro singular texto da aluna Carmen Teramo que também
partilha esse mundo que perceciona da janela do seu quarto.
«Da
janela do meu quarto eu só posso ver um pedaço de céu, que parece demasiado
longe e inalcançável, entre os prédios altos e antigos da minha pequena rua.
Embora seja tão pequena, é muito frequentada por pitorescas personagens: há a
velha senhora que sempre rega as flores que embelezam a sua pequena varanda,
lamentando-se das gargalhadas e dos berros das universitárias espanholas em
Erasmus que moram perto dela e dos grupos de adolescentes que se sentam nas
escadas ali. Há os netos dela que também regam sempre as suas flores e parecem
mais velhos do que são na verdade, tristes e cheios de ilusões perdidas. Há a
porteira do meu colégio, que vai à janela com a Circe, a sua cadela, e fala com
ela como se fosse uma menina curiosa por descobrir o mundo. Há a mulher
misteriosa que está no escuro do seu quarto e espia atrás das cortinas a vida
que talvez ela só pode sonhar. Há enfim a personagem mais original de todas: um
velho alto e muito magro que eu chamo Gandalf o Cinzento porque é parecida com
uma personagem do filme “O Senhor dos Anéis” que é um mago. Ele caminha sempre
com os seus cães, que eu chamo “cães-gárgula” porque ladram de maneira lúgubre
e estão sempre nervosos. Gandalf o Cinzento parece um homem distante, mas ajuda
sempre os condutores a fazer manobras quando encontram dificuldades pelo pouco
espaço da rua.»
Aproxima-te da janela do teu quarto e observa a vida lá fora. Conta o que vês e o que escutas. Dá-nos a conhecer o teu bairro, a tua rua, a provável vida de utopias dos teus vizinhos ou de inocência da menina que passa em bicicleta neste momento. 'Fotografa' essas tuas perceções e envia para o blogue.
O Amor é um
passarinho azul que beija uma flor amarela.
O Amor é o sorriso de uma
estrela em noite de lua cheia.
O Amor é uma espuma de sonho que se deita na areia.
O Amor é plantar
um desejo no jardim das emoções.
«O Amor é o berço
da alma.
O Amor é
percorrer um traço de estrada juntamente com uma outra pessoa.
Eu acho que a
vida pode encontrar o seu sentido também
roçando uma outra mão pela estrada.»
(Amina Boggi) «O Amor é um sentimento. É o sentimento.» (Tosca Monacchia) «O Amor é dividir um pedaço de bolo e rir das mesmas coisas com alguém.» (Dalila Rauch) «Para mim o Amor é presença, paciência, o chá com os biscoitos em cima da mesa.» (Federica Listanti) «Para mim o Amor é quando tu me dás tempo sem o teres.» (Giovanna Vedele)
E porque o Amor não é mecânico...
Numa atividade proposta durante as aulas, a aluna Krystyna Borysenko escreveu:
Para mim o Amor é um sentimento muito lindo. O amor melhora as pessoas e torna-as felizes. Há vários tipos de amor: amor entre os familiares, amor por um filho, amor por um amigo, amor por um animal, amor próprio, amor entre uma mulher e um homem, etc. Tomemos em consideração este último. A fase mais linda aqui é a fase do enamoramento, quando há amplificação de todos os sentidos. O amor procede como um tratamento a todos os demais. Mas o enamoramento não pode durar até à eternidade, mais cedo ou mais tarde chega a fase chata da vida quotidiana, quando tudo se estabeleceu, quando aconteceu o conhecimento, quando não há mais "as borboletas no estômago". Por isso, o Amor tem de ser sempre nutrido, alimentado dia a dia; é preciso empenharem-se ambos para mantê-lo sempre vivo, aceso, interessante. (...) O amor também é uma responsabilidade e compromisso. O amor tem de ser respeitado (...), tem de ser vivido no bem e no mal. Algumas vezes o amor faz-nos mal, faz-nos sofrer, mas isto faz parte das regras, por isso, algumas vezes o amor tem de ser reconquistado. Para vivê-lo bem é preciso acolhê-lo, acolher o mundo dele sem eliminar o mundo próprio. Mas saber viver o amor sem erros é uma capacidade que possuem poucos. Enfim, o amor é uma arte da vida.
Eis o que o Luigi Boncompagni deseja partilhar sobre o Amor:
(CL)Amor O amor é uma amora sem o final que tem porém a mesma doçura; significa não ir ao hospital mesmo tendo uma certa loucura; é ter intenção de pedir perdão demovendo o seu coração de aço, e de pegar em alguém pela mão sem pensar em pedir todo o braço. O amor mora sempre nos detalhes, sejam defeitos ou qualidades, e só conduz por aquelas calhes onde não chegam as amizades.
Deixa também a tua pegada nesta estrada que nos leva ao coração.